segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Texto Colaborativo Márcia Ap. Carvalho Pozzato

O Curso Leitura e Escrita em Contexto Digital foi muito bom e proveitoso.
Os textos que compuseram os módulos foram excelentes, possibilitaram reflexões sobre a minha prática pedagógica e incrementaram a minha formação acadêmica.
Constatei que estou no "caminho certo", que o meu trabalho vem sendo feito dentro de parâmetros que norteiam o ensino e a aprendizagem do aluno e a sua construção do conhecimento.
Os depoimentos de escritores, artistas de um modo geral e de pessoas comuns, deram um novo alento à carreira do Magistério, no sentido de continuar sendo otimista e acreditar que a Educação é  o caminho único para uma vida, efetivamente, feliz e promissora.
Acredito que a prática da leitura e da escrita deve ser a grande protagonista no cenário da Educação e precisa ser desenvolvida por cada educador, em cada componente curricular, visando a construção de valores para a disseminação da competência leitora e escritora do aluno cidadão.
Entendo que a formação do leitor proficiente, acontece em um processo lento e contínuo, mas é imprescindível o trabalho árduo do educador, para que essa formação  se dê.
É sabido que o professor é visto como um exemplo a ser seguido e, nesse contexto, cabe a ele passar uma imagem autêntica do bom educador.
Se educadores e educandos falarem a mesma língua, a língua da sabedoria e do discernimento, penso que  chegaremos a mudar o quadro da Educação Pública e formaremos "leitores", de fato.
Vale ressaltar que é essencial para a formação de leitores proficientes, professores , também, proficientes e abertos para novas práticas pedagógicas; que buscam nas TICS, um caminho alternativo e pertinente para todos os segmentos que compõem a Educação. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Introdução para o Interrogatório - Márcia Aparecida Carvalho Pozzato

O grupo 3, do Curso de Aperfeiçoamento em Práticas de Leitura e Escrita na Contemporaneidade criou um Interrogatório, seguindo a comanda que compõe o Módulo 3.
Um interrogatório ( que supostamente aconteceu horas depois dos eventos enumerados e  é presidido pelo delegado junto a você, pessoa que encontrou o cadáver ).
Gênero de texto a ser construído:

Um interrogatório ( que supostamente aconteceu horas depois dos eventos enumerados e é presidido pelo delegado junto a você, pessoa que encontrou o cadáver ):

Na sala do Dr. Fausto Ayalla, Delegado de Polícia da 13ª D.P. da Comarca do Parque das Estrelas, na cidade de Santa Filomena, interior do Estado de São Paulo, aconteceu um fato inusitado no dia 31 de outubro de 2012, que foi relatado pela professora Márcia Ap. Carvalho Pozzato, na presença de seu advogado, Dr. Leonardo Lima e do escrivão Eriberto de Almeida.

"Bom dia, Dr. Fausto!"

Meu nome é Márcia Ap. Carvalho Pozzato, sou professora de Português, resido à rua João Mendes nº 10, Bairro dos Ipês e como faço todos os dias, levanto-me às 5h e 30min, para começar mais um dia de trabalho e, no momento que saí do meu quarto, após ter tomado banho e escovado os dentes, dirigi-me à cozinha para fazer o café e ouvi vozes e passos apressados na direção do meu portão de entrada. Olhei através do olho mágico e vi uma pessoa caída na soleira do meu portão.

"Dona Márcia, esse fato que a senhora está relatando é muito grave e requer detalhes. A que horas, exatamente, a senhora ouviu essas vozes e os passos?"

"Acredito que foi por volta das 6:00 horas da manhã, horário de verão, ainda escuro."

"Eu preciso saber como a senhora procedeu, a partir do momento que viu essa pessoa caída na soleira?"

"Eu fiquei muito assustada, mas criei coragem para ver quem era essa pessoa. Cheguei bem perto e constatei que era um cadáver do sexo masculino; o corpo estava frio, a pele apresentava hematomas e vários ferimentos feitos, possivelmente, com objetos cortantes, como facas e estiletes e, um fato me chamou a atenção; na mão esquerda da pessoa morta havia as iniciais M.R."

"A senhora conhecia a vítima?"

"Não, eu nunca vi em minha cidade e tampouco em meu bairro!"

"Qual foi a reação da senhora e o seu procedimento após certificar-se que havia um cadáver na soleira do seu portão?"

"A minha primeira reação foi de medo do fato em si, porque entendi que um crime foi cometido e, que os criminosos precisavam livrar-se do corpo e tentar uma possível fuga. Senti um clima ruim, parecia que alguém me observava, embora não avistasse ninguém ao redor."

"Por que a senhora afirma que a vítima foi morta, por criminosos?"

"Porque ouvi vozes e passos apressados."

"Qual foi, então, o seu primeiro contato?"

"Liguei para o advogado de minha família, relatei tudo a ele e recebi as suas orientações legais. O Dr. Leonardo Lima entendeu que era necessário entrar em contato com a Polícia e registrar um Boletim de Ocorrência e relatar todo o fato ao delegado da 13ª D.P. do meu bairro."

"Dona Márcia, há indícios de "execução", pois o corpo da vítima foi cruelmente golpeado. Nessas circunstâncias, peço que a senhora não se ausente da cidade, esteja à disposição da Polícia e colabore com as investigações."

"Dr. Fausto, o senhor acredita que o "crime" foi passional?"

"Por que a pergunta, professora?"

"Pelo fato de a vítima estar com as iniciais escritas na palma da mão esquerda e querer guardar, para sempre, essa paixão do lado esquerdo do seu corpo, ou seja, no seu coração!"

"Dona Márcia, a senhora já ajudou bastante, mas deixe a investigação por conta da polícia, está bem ?"

"Perfeitamente doutor, aguardo um novo contato."

"A polícia já dispõe de algumas pistas dos criminosos, o seu depoimento foi registrado pelo escrivão Eriberto de Almeida, foi assinado em três cópias pela senhora e, por hora, está dispensada.Todo "crime" é passível de diferentes investigações e levantamento de hipóteses; sendo assim, pedirei uma "reconstituição" dos fatos e voltarei a interrogá-la , na forma da lei."

Ao final do interrogatório, a professora Márcia Ap. Carvalho Pozzato deixou a 13ª D.P., com a autorização do Dr. Fausto Ayalla, na companhia de seu advogado, Dr. Leonardo Lima.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012



Somos o que lemos?


Ler apresenta-se como um verdadeiro exercício de alteridade, uma relação  com o outro, com o texto e consigo. Trata-se de uma dinâmica e experiência  incomparável possível desde os primeiros registros, que, agora, na pós modernidade descortina-se ímpar, sem limites.

Como professora costumo afirmar que não há texto/leitura melhor ou mais efetiva, o que existe são possibilidades e necessidades, diversidade de contextos e práticas. Todas as leituras são fundamentais e fundantes.

No que se refere às minhas experiências de leitura, desde a leitura partilhada ou a solitária sempre forma marcadas pela espacialidade, isto é, aboletada no sofá junto a família ou estirada na cama, às vezes, sentada na calçada enquanto o sol se punha.

Gostava de ler letras de música, sem cantá-las, experimentando sua musicalidade interna.

Acredito que não há um caminho para a descoberta do gosto pela leitura, mas caminhos, alguns partem de seus próprios relatos em um diário ou agenda pessoal, outros da convivência com leitores, outros no processo da escolaridade. O que importa é a relação que o leitor e escritor estabelece com aquilo que é lido ou escrito, afinal como expressa Rubem Alves somos o que somos pelos escritores que devoramos.

Ismália C Ferraz - cursista

GÊNERO DE TEXTO A SER CONSTRUÍDO

Postagem de Edivaldo Biscassi
  Um interrogatório (que supostamente aconteceu horas depois dos eventos enumerados e é presidido pelo delegado junto a você, pessoa que encontrou o cadáver);

Eu, Dr. Melquíades de Albuquerque, brasileiro, casado, maior, capaz,, Delegado de Polícia da 13ª D.P. da Comarca de Arraial do Sem Fim, interroguei nesta presente data de 30 de outubro de 2012 o Sr. Edivaldo Biscassi, brasileiro, solteiro, maior, professor, residente e domiciliado no Edifício Princesa, sito à Alameda de Girafa nº 50-12, quinto andar, nesta cidade. O Mesmo compareceu nesta delegacia sem a presença de um advogado para prestar esclarecimentos sobre os fatos ocorridos na manhã de hoje, pois encontrou na porta de sua residência, o cadáver de um homem até o momento não identificado.
Durante nossa conversa inicial , pedi ao interrogado: “Relate-me com detalhes suas primeiras horas no dia de hoje”. E o mesmo me respondeu:
“Dr. eu não tenho culpa de nada! Mas estou aqui para ajudar no que a polícia precisar. Eu acordei com um barulho estranho que vinha do corredor do prédio. A princípio achei que estava sonhando, abri os olhos , atentei para o despertador que marcava 5h45mim, permaneci deitado por mais algum tempo, foi quando ouvi outro barulho parecido com o de um corpo caindo. Levantei-me, fui até o banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto, foi quando ouvi a campainha tocando”
“E o que o senhor fez em seguida?” Perguntei-lhe, e o mesmo continuou seu depoimento.
“Bom”! Após ouvir a campainha, saí correndo do banheiro, caminhei até a porta, destranquei a fechadura, e ao abri-la vi o corpo de um homem estendido no chão.
Interrompi o interrogado perguntando-lhe: Havia alguém nas proximidades?”–E o mesmo me respondeu:
“Não Doutor, corri os olhos sobre o corredor, porém estava muito escuro, talvez propositadamente , mas não havia ninguém nas imediações, foi quando me abaixei, toquei o corpo com os dedos, senti sangue e um buraco no peito, o corpo estava frio e rígido, tratava-se de um cadáver”.
“E o que o senhor fez em seguida?” –Indaguei-lhe.
“Corri para o telefone e disquei o número da Central da Polícia, logo em seguida o Senhor e sua equipe chegaram, e agora eu estou aqui, sentado nesta delegacia, dando depoimento” .Explicou o interrogado.
“O senhor tem ideia de quem possa ser o autor do crime?” _Perguntei-lhe.
“Não, doutor! A vítima nem é moradora do prédio”.
Terminei meu interrogatório dizendo que por hora bastava, mas que o interrogado não deveria deixar a cidade, pois ficaria a disposição da polícia para mais averiguações e informei-lhe que seu apartamento estava sendo vasculhado em busca de pistas. Após ler seu depoimento e concordar com o teor do mesmo, o interrogado assinou-o em três vias, partimos então para a coleta de suas impressões digitais e em seguida dispensei-o por tratar-se de um cidadão de boa conduta e sem antecedentes.
Arraial do Sem Fim, 30 de Outubro de 2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


 
Memórias

 
O ruído de uma escola sob a perspectiva de uma criança, a correria do pátio, os passos no corredor. A cortina pesada correndo  no varão. O apagador deslizando na lousa, a voz aguda e pausada da professora, uma mulher rechonchuda, bochechas salientes e um sorriso branco.

Havia muito esperado este dia, sentada na segunda fila observei a palavra Cida na lousa, já reconhecia a escrita e até já escrevia alguma coisa, trabalho de minha irmã mais velha que me ensinava tudo o que aprendia na escola. Descobri isso no decorrer dos dias, as lições eram as mesmas que havia feito, através dos cadernos e cartilha da minha irmã.

Uma versão melhorada, isto era o meu primeiro caderno. Agora fico a pensar, quantas vezes a mesma aula, as mesmas páginas a professora Cida orientou. Novidade só nas festas da escola e na saudação semanal ao Pavilhão Nacional na frente da escola. O começo do segundo ano foi a mesma coisa, nova professora, mesmas aulas, uma vez que cumpria as minhas atividades e espiava os cadernos da minha irmã. A nova professora, a do  segundo ano, cabelos compridos, dedos longos, até o olhar era comprido pouco conheci¸ pois nos mudamos de cidade.

A nova escola era maior, os corredores, o pátio, um campo atrás do prédio para o jogo de  queimada, será que era por isso que as crianças corriam mais? Um palco, nunca utilizado, nos servia de pique para as brincadeiras. A professora, sempre de saia abaixo dos joelhos e sentada, tirava a dentadura para assustar os alunos, eu como tinha curiosidade de tocar, uma vez que, um dos meus familiares que fazia uso dos dentes artificiais não o permitia, me aproximava, mais curiosa que amedrontada, transformei-me na valente da sala. As aulas eram novas e  eu as cumpria, um garoto passava todas as respostas certas na lousa e nós apagamos aquilo que havíamos escrito.

O terceiro ano foi o melhor, já estávamos em outra cidade, a professora Orência entrava sorrindo e logo preparava com giz colorido, no canto esquerdo da lousa, o quadrinho do leu melhor, todo dia, pelo menos seis alunos liam, três meninos e três meninas eram ouvidos, confesso que gostava do meu nome no quadro das garotas, e com pouca modéstia, afirmo que todas as vezes que competia, meu nome estava lá, o meu e do Arnaldo pelos meninos.

Esta professora de dentes separados, sempre entulhava a sua mesa de coisas todo dia, embora tivéssemos o livro escolar, pacotes de objetos, figuras e livros, no final dos bimestres um bolo enorme, branco, ia para o centro da sala, e os três melhores alunos eram premiados, fiquei com o primeiro lugar, mas troquei com o Arnaldo o prêmio do segundo lugar, este era um livro, o outro um caderno de pintura.

A professora Orência exigia que todas as carteiras fossem cobertas por plásticos, isso dava um aspecto colorido para a sala, um pouco enfeada pelos plásticos sujos e um tanto encardidos do Mauro e seus amigos, mesas estas que recebiam um esfregada da professora de tempos em tempos. O mesmo Mauro que um dia recebeu, disfarçadamente, um par de sapatos da professora. Na ocasião não entendi que tipo de premiação estranha era aquela, se este era o aluno mais fraco da sala.

As aulas eram mais alegres e a professora recolhia os cadernos de redações e os colocava, ou numa enorme sacola cinza, ou nas prateleiras do armário da sala,  levávamos para casa o caderno de lições e o de tarefas.

A professora Clélia foi a mestra do quarto ano, uma senhora de pele queimada pelo sol, olhar firme e exigente, seu olhar calava a sala. Saía distribuindo pequenos tapas naqueles que utilizavam os dedos para fazer as contas, acostumei-me a esconder as mãos no guarda volumes das carteiras para contar nos dedos, quando na lousa, disfarçava no uniforme escolar, a professora, sempre com olhar fixo na sala, só contemplava a lousa após o eleitos terem finalizado os gigantescos problemas.

O quadro negro comportava quatro problemas, quatro eleitos iam para lá, sempre se encaminhavam e não retornavam aos seus lugares até concluí-los, acertadamente ou não. E eu os cumpria, bem como, as demais tarefas e exigências, a melhor parte era quando recebíamos o jornalzinho de uma editora, nos quais podíamos fazer escolhas e encomendas. A professora enviava todos os pedidos e o dia  em que chegavam e eram distribuído pela Dona Clélia era uma festa, além da obra encomendada, recebíamos uma revista Coquetel, até mesmo quem não comprava nada. Sofia , a desastrada; o livro de ouro da mitologia foram alguns dos volumes adquiridos.

A professora caminhava pelos corredores, serpenteando as fileiras, por diversas vezes, indo e vindo enquanto fazíamos as lições, o olhar perscrutando os cadernos, aquela senhora me parecia tão incansável quanto controladora. Nos seus inúmeros conselhos sempre asseverava que se um dia tivéssemos medo, devíamos repetir “se Deus é por nós, quem será contra nós” Soube de colegas que utilizaram tal frase nos dias de prova.

Os primeiros quatro anos, ao relembrá-los, percebo que muito nos foi imposto, escolhas existiram, mas foram em menor quantidade,será que os gostos pessoais atrapalham o aprendizado, duvido muito, o grande Paulo Freire orientava que utilizassem a própria história de vida para alfabetizar.

Nos anos seguintes, a situação não mudou muito, a diversidade de professores fazia-nos perceber que havia um padrão, copiar e responder; com algumas exceções, o professor de música do ginásio, atual Ensino Fundamental, ciclo II, que nos permitia as escolhas das músicas, os cartazes que afixamos onde queríamos no segundo ano do ginásio,  as mímicas feitas para o professor de Educação Artística do terceiro ginasial.

Cumprir, e saber que muito disso ainda existe nas escolas. As razões pelas quais aprendemos isto ou aquilo é discutido em sala de aula? Se  é necessário cumprir o quanto pode ser facultado ao aluno escolher dentro deste processo?

Agora professora, sei que as aulas da Dona Orência nos pareciam mais animadas porque esta nos ouvia e se relacionava com o que era dito pelos seus alunos. Os demais, mesmo quando brincavam e sorriam, determinavam e, em alguns casos, nem as dúvidas ouviam, talvez tão preocupados também com o cumprir.

Fica a indagação, criar no processo de ensino aprendizagem, para professor e alunos, é  mais importante que cumprir?

Agora, professora Ismália, aposto no sim.
 
Professora Ismália Cristina Ferraz - cursista

domingo, 28 de outubro de 2012

A missão de Educar

" A missão  de educar para o futuro,depende dos caminhos que escolhemos no presente. As futuras gerações necessitam de educadores que vivam o presente de uma forma inovadora, para que haja a esperança de uma educação mais completa, em que o conhecimento ultrapassa as paredes das salas de aula."
                        Apresentação do AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem . Práticas de Leitura e Escrita na Contemporaneidade.

Educadores do Futuro: Apresentação

Educadores do Futuro: Apresentação: "A missão de educar para o futuro depende dos caminhos que escolhemos no presente. As futuras gerações necessitam de educadores que viv...